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Algumas Coisas Sobre os Illuminates Parte 1/13

Algumas Coisas Sobre os Illuminates Parte 2/13

Algumas Coisas Sobre os Illuminates Parte 3/13  isso Continua Depois (yn'

Satanismo na Disney e Illuminatis

 

Algums comentarios sobre os Simbolos Satanicos e Illuminates

 

Não soa estranho que um homem que declare ser totalmente contrário ao que ele próprio chama de mistura de "egrégoras" (consciência grupal e específica da soma das energias físicas, mentais e espirituais de pessoas reunidas em torno dos mesmos propósitos) permita uma deferência aos templários na bandeira adotada para representar a sua instituição? Faz algum sentido que uma escola ou universidade de Yoga preste homenagem aos templários? Não, exceto, se esse "mestre" (e fundador) ainda mantiver vínculos estreitos com a Maçonaria. Nesse caso, isso fica tão claro quanto a mais pura água cristalina. A memória dos templários é preservada e venerada na Ordem e, para os maçons, todo empreendimento parece ter que se comunicar à "Grande Obra" através dos símbolos adotados para representá-lo...

Nesta perspectiva, o próprio logo da Uni-Yôga adquire outros contornos, pois, nos meios iniciáticos, a letra “Y” (Ipsilon) ou letra pitagórica representa a possibilidade de escolher entre dois caminhos distintos. O “Y” representa uma bifurcação que se divide entre a trilha da mão esquerda e a da mão direita. Algo que, na prática, tanto faz, pois ambos os caminhos constituem parte do mesmo entroncamento na base do “Y”.

Socialmente, as pessoas se dividem em partidos e grupos que se digladiam, competindo entre si. Sob o domínio da dualidade, se separam entre egoístas e altruístas; entre aquelas que julgam praticar uma magia do mal e aqueles que acreditam praticar uma magia do bem; no entanto, acabam servindo aos interesses de um mesmo ditame. Na realidade, tornam-se peões num jogo cujas regras não definem vencedores ou perdedores, mas apenas colaboradores encenando seus papéis.

 


O yoguin dentro do coração do logo forma um triângulo eqüilátero, símbolo da perfeita harmonia entre dois pólos e a sua convergência ou ponto de equilíbrio, sendo que um dos principais símbolos maçônicos é o triângulo. Apesar de banal, justamente pela multiplicidade de usos nos quais ele possa ser empregado, serve tanto para retratar a trindade do hinduísmo no equilíbrio entre os três grandes princípios da divindade (criação, conservação e destruição ou Brahma, Vishnu e Shiva), como para se referir ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo da Trindade cristã ou a Osíris, Ísis e Hórus entre os maçons. Convenhamos que tal versatilidade é bastante conveniente.

O brasão da Uni-Yôga tem uma configuração bastante significativa, do ponto de vista geométrico. Nele, o "Y" se forma pela disposição dos braços, enquanto o triângulo é desenhado pelo arranjo das mãos.

Uma das atribuições dadas à letra "G" (contida entre o compasso e o esquadro maçônico) é Geometria, porque é dito que “Deus geometrizou” ao criar o mundo. Portanto, a geometria figura entre as chamadas “Ciências Sagradas”.

Do ponto de vista simbólico, a geometria de um desenho é tão importante ou pode ser tão conclusiva quanto o desenho em si. O desenho expõe o que se queira tornar público, distraindo a atenção do arranjo geométrico que é capaz de revelar segredos que ficam ocultos do observador desatento. Sem dúvida, existe uma explicação oficial para a simbologia empregada no brasão, assim como para a disposição dos elementos que nele se combinam. Entretanto, não estou interessado apenas naquilo que é dito oficialmente, mas no que o símbolo sugere por si só...

Relembro que o "Y" representa dois ramos ou a bifurcação no caminho que também serve para separar os que realmente sabem daqueles que ignoram os verdadeiros objetivos da obra. Mas uma vez que ambos os galhos descendem do mesmo tronco, qualquer escolha que seja feita estará beneficiando a mesma raiz.

O triângulo, no centro da figura, evoca um propósito de realização. A "Lei do Triangulo", muito utilizada pelos rosacruzes, declara que toda manifestação deriva de duas determinantes originais ou duas outras pontas, além daquela que se faz visível. Como pirâmide, o triângulo também simboliza hierarquia. Disso se deduz que as duas vias do "Y" devem conduzir à manifestação de um mesmo projeto ou estrutura. Já a geometria da flor de lótus é a mesma de um pentagrama invertido que, para os iniciados, é o símbolo de Baphomet; Lúcifer mergulhado na matéria; o portador do archote ou da "luz do conhecimento"...

Esotericamente, conforme Blavatsky e a Teosofia, o AUM (ou OM) do topo, em sânscrito, é o fogo triplo da filosofia esotérica: Agni (fogo ígneo), Varuna (fogo aquoso ou do akasha) e Maruts (fogo aéreo ou espiritual).

Atrás do brasão, sugestivamente cruzados em “X”, estão os objetos de Shiva: o Damaru (tambor) e o Trishula (tridente). Nesse processo, Shiva é essencial porque representa o destruidor da forma. No caso, o destruidor de um velho modelo social. Alguém poderia perguntar: mas os maçons não são pedreiros, não são construtores? Sim, mas, conforme já foi dito, se quiserem erigir um novo prédio sobre um terreno já construído, precisam derrubar o antigo e é isto o que parecemos testemunhar pelo mundo afora...

Para quem não esteja familiarizado, explico que pequenas alterações em um símbolo podem estar significando diferenças mais profundas do que gostaríamos de admitir, haja vista o exemplo do logo do partido republicano dos Estados Unidos, antes e depois da subida de George Bush (o filho) ao poder:


A contraparte democrata parece seguir o mesmo caminho, conforme mostram as estrelas invertidas da bandeira usada na comemoração da vitória de Hillary Clinton nas primárias de New Hampshire:


Essa imagem foi obtida no site da própria Hillary, embora tenha sido removida devido ao fim da campanha e atualização de conteúdo. A ousadia aqui é a subversão de um símbolo nacional, mas existem referências oficiais desse "flerte" com as estrelas invertidas.

Considerando o formato das medalhas de honra americanas, ninguém deveria se escandalizar com um pentagrama invertido a mais ou a menos:


Essa disposição é amplamente empregada pela Maçonaria e entidades paramaçônicas; visível em práticas que declaradamente se associam a Satã e dissimulada no brasão da Uni-Yôga:


A chama sobre a "cabeça de bode" e o AUM sobre o "lótus estrelado", significam a mesma coisa: consciência ou conhecimento supremo!

Bem se vê que estamos diante de uma onda que se alastra amplamente pelo mundo em nome de Lúcifer que em latim significa “o portador da luz” em deferência ao planeta Vênus ou Estrela d’Alva quando antecede o nascimento do Sol. Título, hoje, exclusivamente associado a Satanás, mesmo que, biblicamente, assim não o seja (vide postagem anterior do Blog: "Lúcifer é Satanás?").

Quanto à possibilidade do formato do lótus e toda a composição do brasão da Uni-Yôga ser acidental, eu diria que é nula. O Sr. DeRose é simpatizante de Madame Blavatsky, citada em seu livro “Yôga, Mitos e Verdades” (Capítulo: “A História é só Estória: Não Acredite Nela!” – pg. 335), atual “Quando é Preciso ser Forte” (Capítulo: “A História Oficial” – pg. 375), como uma integrante da confraria de sábios incompreendidos da história da humanidade, perseguidos por sua genialidade ou pioneirismo.

Existe relativa complexidade na visão do papel pertinente a Satã, dentro dos ensinamentos teosóficos. E ser complexo faz parte do objetivo de confundir deliberadamente, pois a grande revelação esotérica destitui o Deus Bíblico em favor de Satanás.

Segundo Blavatsky:



“’Satã é o Deus do nosso planeta, e o Deus único’, e isto sem nenhuma alusão metafórica à sua maldade e depravação. Pois ele é uno com o Logos.”

A Doutrina Secreta – Vol. III – Antropogênese
Pag. 253 – Editora Pensamento



De acordo com a Teosofia, a criação do homem descrita em Gênesis, deu vida a um ser destituído de inteligência e discernimento que só pôde iniciar o seu progresso evolutivo graças à rebeldia de Satã:


“Neste caso, é de todo natural – tendo em vista a letra morta - que se considere Satã, a Serpente do Gênesis, como o verdadeiro criador e benfeitor, o Pai Espiritual da Humanidade. Porque foi ele o ‘Portador da Luz’, o brilhante e radioso Lúcifer que abriu os olhos do autômato que Jeová criara (como se pretende). E aquele que foi o primeiro a sussurrar: ‘No dia em que comeres... sereis como Elohim, sabendo o bem e o mal’, não pode ser olhado senão como Salvador. ‘Adversário’ de Jeová, espírito usurpador, ele permanece sempre, diante da verdade esotérica, como o ‘Mensageiro’ amante, o Anjo, o Serafim e o Querubim, o que sabia muito e amava ainda mais, e o que nos conferiu a Liberdade Espiritual, em lugar da imortalidade física – pois que esta última não era senão uma imortalidade estática que transformaria o homem num ‘Judeu Errante’, incapaz de morrer.”
A Doutrina Secreta – Vol. III – Antropogênese
Pg.261 – Editora Pensamento



Portanto, dentro dos círculos esotéricos, o conceito de Satã é totalmente inverso daquele pregado pelas correntes cristãs. Conforme já tivemos oportunidade de comentar, ao falarmos sobre Shiva, ensina-se, no percurso de provas e juramentos, uma perspectiva oposta sobre os conceitos primordiais de Bem e Mal. Assim, Satã seria um grande injustiçado, cuja verdadeira história teria sido corrompida pela Igreja. Percebam que, considerando a natureza de tal “revelação”, torna-se facilmente compreensível a necessidade de sigilo e de um processo gradual de iniciações para que o aspirante à "iluminação" seja colocado em contato com tais idéias até aceitá-las sem restrição...

Os homens comuns pensam fazer escolhas, mas apenas escolhem o que já foi pré-selecionado como suas opções. Principalmente, numa época onde os opostos se conciliam por sinais que parecem reverenciar a um mesmo senhor:


Existem relatos de companheiros maçons que se ajudaram mutuamente, mesmo estando em lados opostos de uma guerra. Isso deveria levar à reflexão sobre o nível dos conchavos que se estabelecem nas altas cúpulas do poder. As coisas não são necessariamente como parecem e, sem dúvidas, esse paradoxo me lembra a águia bicéfala maçônica. O seu significado é muito semelhante ao “Y”, pois apesar de cada cabeça olhar para a direção oposta, isso ocorre sob uma mesma coroa e elas fazem parte de um mesmo ser, unidas pelo mesmo corpo, vontade e propósitos:

                                                                          "Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és.”

                                                                                                                                    Adágio Popular

 



Há registros de diversas ordens de cavalaria contemporâneas a “Ordem dos ‘Pobres’ Cavaleiros de Cristo” ou templários. A Ordem Militar de São Lázaro de Jerusalém é uma delas e talvez guarde uma das conexões mais intimas e interessantes por reunir muitos cavaleiros templários afligidos pela lepra. Homens muito valorosos em combate, talvez incentivados pela busca de alcançar uma morte mais digna...

Não digo que seja inviável, mas seria uma tarefa bem árdua fazer as derivações entre esse festival de eventos sociais com honras e medalhas e todas as suas ligações com figuras de destaque atuais na Ordem Maçônica. Mas, no Brasil, temos um ditado popular que diz que "quando a esmola é demais, o santo desconfia...".

Existem muitos militares brasileiros notáveis, desde os tempos do Império, que pertenceram às fileiras da Maçonaria e tiveram papel de destaque na história brasileira: Duque de Caxias (que ocupou o cargo de Primeiro Ministro do Brasil), Marechal Manuel Luís Osório (Senador, Ministro da Guerra e Patrono da Cavalaria), Marechal Deodoro da Fonseca (Chefe do Governo Provisório), Marechal Floriano Peixoto (também Presidente da República), Mal. Hermes da Fonseca (também Presidente), entre outros. Fora as grandes figuras políticas de origem civil, como o Grão Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva que dá nome a algumas da medalhas recebidas pelo Sr. DeRose.

 


A propósito, vários rudimentos maçônicos podem ser vistos no retrato de José Bonifácio abaixo, principalmente no selo comemorativo. Observe-se a posição maçônica da mão direita junto ao peito, abaixo da Grã-Cruz da Ordem de "Cristo":



A Ordem de "Cristo" foi criada por Dom Diniz de Portugal para abrigar o corpo remanescente da Ordem dos Templários, após sua dissolução, perseguida pelo rei Felipe IV (o Belo), da França. José Bonifácio, o tutor de Dom Pedro II, também foi Grão Mestre da Ordem de "Cristo".

José Bonifácio é o mentor do Brasão de Armas e da Bandeira do Brasil Império:


Perceba-se a Cruz Templária inserida dentro da esfera armilar, símbolo da expansão marítima portuguesa. Essa inserção da cruz templária dentro da esfera sugere o reconhecimento da utilização da experiência e saber dos templários na realização dos empreendimentos da coroa lusitana. Vista como um protótipo das idéias de hegemonia mundial, percebe-se o quanto se pode tratar de uma ambição antiga. Os ramos atados de oliveira (vida, paz, prosperidade) e de acácia (imortalidade, pureza, ressurreição) são símbolos amplamente empregados pela Maçonaria.

Atualmente, os maçons costumam argumentar que não são mais uma sociedade secreta e sim uma "sociedade discreta". Mas, através dos tempos, parece sempre ter existido dois tipos de maçons: os de palco e os de bastidores. Não que os maçons de bastidores não sejam pessoas públicas, eles apenas mantêm sua filiação à Ordem oculta da sociedade. Por trás disso, existem razões estratégicas, pois se assim não procedessem, ficaria evidente a presença maciça da Maçonaria em todos os pináculos sociais brasileiros. Inclusive, concorrendo entre si por cargos políticos, pois, ganhe quem ganhar, o benefício será sempre da Ordem e da “Obra”.

Portanto, embora os maçons possam se reunir em lojas publicamente estabelecidas, seus segredos permanecem secretos e seus membros, de fato, continuam bastante discretos...

Não fosse apenas pela presença de elementos templários nos símbolos da cidade de São Paulo, a relação entre eles e a Maçonaria também poderia ser estabelecida pela "coincidência" administrativa na época de suas criações.

O brasão de São Paulo foi criado em 1916, durante o governo municipal de Washington Luís que, dez anos mais tarde, tornou-se presidente do Brasil. Washington foi o fundador e o primeiro "Venerável Mestre" da Loja Maçônica Filantropia II, em Batatais, interior de São Paulo.





Já a Bandeira da cidade de São Paulo foi instituída em 06 de Março de 1987, pelo então prefeito e ex-presidente do Brasil, Jânio Quadros, como um de seus primeiros atos. Jânio era "Mestre" Maçom. Segundo registros públicos da própria Maçonaria, Jânio foi iniciado pela Loja Libertas em 1946, deixando a Ordem em data não especificada e voltando em 1985, dois anos antes de instituir a bandeira que seria uma cruz “deitada”, ao centro da qual se estampou o brasão de armas:



Vemos, assim, que a bandeira paulistana foi criada sob o mandato municipal de dois notáveis maçons brasileiros (lembrando que ambos ocuparam a presidência da República), separados pelo intervalo de 71 anos na confecção dos símbolos paulistanos. No escudo do brasão vemos o braço de um cavaleiro empunhando a bandeira da cruz templária ou Cruz de "Cristo", a mesma que tremulava nas naves da expansão marítima portuguesa.

O lema "Non ducor duco" ou "não sou conduzido, conduzo" está de pleno acordo com o espírito "libertário" e empreendedor que caracteriza os ideais maçônicos. Mas por que será que a cruz do escudo é diferente da cruz externa que a contém?

A Cruz Templária pode até levar o nome de Cruz de "Cristo", mas isso foi feito para torná-la atraente aos homens que estivessem dispostos a serem recrutados para combater e morrer em nome de uma idéia de Cristo. Guerreiros que podiam ser puros ou sinceros de coração, valorosos em combate, mas que deviam ser tão impulsivos que agiam muito antes de pensar...

Desde quando Jesus pediu para combaterem em seu nome? Muito pelo contrário, pediu para que os homens se amassem entre si como Ele os tinha amado... Não existe guerra santa! Ainda que possamos reconhecer uma contraparte de reações justas na defesa de direitos legítimos, todas as guerras são bárbaras e assassinas, sendo fomentadas pelas ambições de grupos elitistas em busca de maior poder. As guerras podem ser políticas, ideológicas, entre outras conotações, mas santas jamais! Muito menos aos olhos de Jesus Cristo.

A cruz templária é baseada na quadratura do círculo: um dos problemas clássicos da geometria, que era o de construir um quadrado com área equivalente ao de um círculo. Considerando que o maior de todos os círculos ou esferas é o mundo e os quatro braços da cruz são as suas quatro direções; o propósito era mapeá-las e conquistá-las. Isso tem a ver com poder, com dominação e não com Jesus Cristo. Desde quando Jesus Cristo foi pregado em uma cruz de quatro braços iguais para que essa cruz pudesse ser chamada de Cruz de "Cristo"?

O rei francês perseguiu a Ordem Templária porque estava afundado em dívidas com os templários. Desde aqueles tempos e muito antes, a prática da usura, do estímulo a tomada de empréstimos e da formação de dívidas já era empregada para submeter reis e reinos... O que conhecemos por história, nada mais é do que a narração de um ponto de vista através do qual um acontecimento foi testemunhado. A forma de contá-la pode ser amplamente distorcida por influências tendenciosas. Uma análise mais neutra talvez conduzisse à conclusão de que nem os templários eram anjos, nem Felipe IV era um demônio. Sem sectarismos, veríamos apenas homens defendendo seus próprios interesses e ambições.

Já a cruz externa na Bandeira de São Paulo, esta sim, pode representar a Cruz de Cristo pelo alongamento de um de seus braços. Ela não deriva da quadratura do círculo. Mas observem que está tombada. Ora, sendo símbolo do cristianismo, porque exibir uma cruz derrubada em uma bandeira? Porque a idéia é justamente esta: lutar pela derrubada dos valores apregoados pelo cristianismo!

Simbolicamente, o brasão de armas e a frase "Non ducor duco", remete à rebelião de Lúcifer. A cidade de São Paulo é uma Cosmópolis maçônica aonde as idéias de lapidação da pedra bruta pela geração de riquezas, desbravamento, divisão e estabelecimento do poder florescem e estão gravadas nos elementos do brasão circundado sobre a cruz derrubada... Nada existe ali de cristão e muito há de anticristão, pois o cristianismo é encarado como um obstáculo ao "progresso" e ao "livre pensamento".

Antes de prosseguir, gostaria de remover o cristianismo da pele de sua principal instituição que é a Igreja Católica. Supostamente, esta instituição teria sido fundada em torno da palavra professada por Jesus, mas, na prática, os ritos católicos são um amalgama das incorporações de muitas práticas pagãs para reunir prosélitos. Em nome de Jesus, os senhores da Igreja perseguiram, torturaram, mataram e reprimiram de todas as maneiras possíveis quem pudesse representar uma ameaça ao seu poder, produzindo muitos ressentimentos históricos... Os ensinamentos de Jesus não são os culpados pelas atrocidades cometidas, mas intenciona-se que se percam e caiam na trilha de falsos líderes que corromperam a verdade que liberta para satisfazer suas próprias ambições. Ainda assim, derrubar as denominações faz parte do objetivo maior que é anular o próprio Cristo. Tendo tudo isso em vista, fica ainda mais sugestivo ver que o Sr. DeRose tenha colocado o brasão da Uni-Yôga dentro de uma Cruz Tombada para compor a bandeira do seu grupo:



A julgar pelas aparências, algum desavisado poderia acreditar que a composição acima retrata outra daquelas "saladas místicas". Mas, segundo vimos, tudo se encaixa, fazendo bastante sentido. Diante do exposto, fica claro que tal bandeira significa tudo quanto poderia haver de mais contrário a fé cristã. Eles não acreditam na salvação proposta pelos evangelhos e sim numa metodologia para atingir níveis de expansão da consciência, cuja principal via é o êxtase sexual. Eles não crêem em Jesus Cristo como filho de Deus manifestado na terra e têm por "mestre" um homem de carne e osso como condutor de seus caminhos. Então, para que uma cruz, senão para subvertê-la, tombando-a como quem derruba um velho edifício?

Os valores pregados pela Uni-Yôga são anticristãos. Do ponto de vista daquilo que eles chamam de "cultura", o cristianismo é considerado repressor e totalmente contrário às suas práticas. Os motivos para adotar tal cruz são mais bem elaborados e sinistros do que simplesmente prestar uma homenagem à cidade de São Paulo pelo reconhecimento recebido ou por ser a sede do seu sucesso empresarial.

Seus seguidores dizem-se praticantes do "mais completo Yoga do mundo", mas ao cultuarem a juventude, o corpo, a beleza exterior, marcas, luxo e badalações, deixam-se seduzir pelas aparências ou por aquilo que é efêmero. Parece que jamais questionam sobre a real afinidade entre a fonte de uma honraria e aquilo que a Uni-Yôga diz representar. Não se importam com a origem de uma homenagem desde que se sintam homenageados na figura do seu "mestre". Algo que me parece tão conveniente quanto insensato...

Entre as instituições que prestigiam o Sr. DeRose está a SBHH - Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística (entidade da qual ele tem recebido medalhas e comendas). Entrando em seu site, pode-se verificar a lista do grupo denominado "Oficiais Chanceleres". Num rápido passar de olhos, vê-se que dois deles são políticos conhecidos do Estado de São Paulo, ligados à Maçonaria, mais um terceiro que declarou seu grau e filiação maçônica durante um debate num programa de televisão. Portanto, não é difícil verificar a existência de laços com a Maçonaria e não estamos invadindo a privacidade de ninguém ao citá-los, pois tais informações são de domínio público e podem ser obtidas na internet por quem se dê ao trabalho de procurá-las. Aliás, elas são tão públicas quanto é a esfera de atuação desses homens.

O primeiro é o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, citado no Blog do Sr. DeRose como um dos "deputados amigos do Swásthya" (denominação do método por eles praticado). Detém o título de "Comendador Grã Cruz", é Grão Mestre Maçom e um dos autores do projeto que instituiu o dia do maçom no Brasil (20 de Agosto). A ele se junta o também "Comendador Grã-Cruz", deputado federal Francisco Marcelo Ortiz, maçom filiado à Loja Renascer e, segundo consta, presidente do PV (Partido Verde) de Guaratinguetá, no interior paulista. Outra figura ilustre é conhecida do meio cristão por ter debatido favoravelmente à Maçonaria (apesar de se dizer evangélico) em oposição ao Dr. Abimael Correa do Nascimento Filho (ex-grau 33) e ao Dr. Pedrosa no vídeo "Maçonaria vs. Fé Cristã", divulgado no Youtube. Trata-se do também Comendador Grã-Cruz, jornalista e advogado, Professor Dr. João Baptista de Oliveira; maçom do 33º e Soberano Grande Inspetor.


O ponto que desejo destacar é que tais associações demonstram a influência da Maçonaria no recebimento de homenagens que manifestam o reconhecimento e o apoio entre fraternos comprometidos com a mesma "Grande Obra" e não apenas o mérito pessoal por realizações filantrópicas, apoio a causas humanitárias ou a promoção do bem social, fora das imediações de um círculo restrito.


Pessoalmente, eu não tenho nada contra os maçons. Conheci alguns que me pareceram pessoas sinceras e dignas, além de bastante cultas. Diga-se de passagem, quem quer que observe a fala do Dr. João Baptista de Oliveira no vídeo "Maçonaria vs. Fé Cristã", matéria levada ao ar pela RIT TV, verá que se trata de um homem instruído, distinto e bem articulado, a quem não se pode negar certo carisma. O Dr. Oliveira se apresenta como evangélico batista e maçom do grau 33, afirmando serem condições absolutamente conciliáveis, algo de que discordamos...

Por outro lado, também conheci maçons que tentam encobrir a incapacidade de dialogar ou suas motivações inconfessáveis com uma indisfarçável arrogância. Por tais exemplos é que dou ciência do quanto o caráter é uma condição individual, inexoravelmente desprendida dos valores de qualquer instituição.

No texto abaixo, escrito pelo Sr. DeRose em seu livro “Yôga, Mitos e Verdades” (relançado sob o título “Quando é Preciso ser Forte”), ele traça um perfil das pessoas que lhe fazem oposição:


“Até hoje, quanto mais inculta a pessoa, mais nos faz oposição. O repúdio é inversamente proporcional à cultura do observador. Pessoas menos intelectualizadas rejeitam nossas propostas sistematicamente, até mesmo porque não conseguem sequer escrever ou verbalizar corretamente o nome do Swásthya Yôga. E quanto a este pormenor, se o povo consegue pedir uma tônica Schweppes, muito mais fácil é pronunciar a palavra Swásthya.”
Yôga, Mitos e Verdades - DeRose




Percebam que ele estabelece uma relação proporcional entre uma pressuposta ausência de cultura e a rejeição de suas práticas. Os que lhe fazem oposição são classificados como pessoas “incultas”, restando entender como pessoas tão “menos intelectualizadas” que sequer consigam escrever ou pronunciar o nome de seu ramo de Yoga corretamente, possam rejeitar suas propostas “sistematicamente”.


“Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade.”
Eclesiastes 1:2



Muitos podem ficar intimidados com a idéia de serem considerados incultos. Assim, se acabrunham e se calam... Isso me faz lembrar a fábula do rei nu, de Hans Christian Andersen. Da roupa tão leve e tão maravilhosa que os tolos (as pessoas ineptas, destituídas de inteligência) não seriam capazes de enxergá-la. Na verdade, um estelionato que explorava a vaidade humana. Os membros da corte não viam a roupa, mas, ainda assim, nenhum deles teve coragem de admitir para não ser chamado de tolo, correndo o risco de perder seu posto no palácio. No dia do desfile público, o rei marchava nu diante de uma multidão estupefata, mas ninguém teve coragem de denunciar o ridículo por medo de retaliações. Até que uma criança, símbolo da pureza incorruptível, gritou: “Coitado, o rei está nu!”. E todos se juntaram em uníssono: “O rei está nu!

A declaração do Sr. DeRose é falaciosa; trata-se de um ataque ad hominem. Não defende um pensamento, apenas tenta diminuir, com generalizações, qualquer um que discorde de suas idéias, desqualificando-o como ignorante. Que tipos de pessoas incultas teriam interesse em aprender Yoga e ainda seriam capazes de sustentar um questionamento? É preciso respeitar a pluralidade de opiniões, isso sim! Uma pessoa inculta ou rude não sabe argumentar, muito menos de forma sistemática. Todos nós nos defrontamos com opiniões contrárias, mas os argumentos das réplicas devem ser dirigidos contra idéias e não contra pessoas...

Para quem não teria nem mesmo concluído um curso numa instituição de ensino superior regular, são bastante pomposas as insígnias do Sr. DeRose. Condecorações, comendas e títulos como educador, reeducador e doutor... Mas não cito isso para desmerecê-lo e sim para frisar que a inteligência e, principalmente, as intenções de um homem não podem ser medidas pelos títulos que conquistou ou recebeu; assim como por aqueles que ainda não retenha. Entretanto, em termos estratégicos, servem para abrir portas, concedendo notoriedade, credibilidade social e permitindo que o portador seja prestigiado nos mais diversos meios em que circule.

Munido de tais créditos, o Sr. DeRose que é um ferrenho defensor do vegetarianismo não hesitou em distorcer o conteúdo bíblico para embasar a sua campanha contra o consumo de carne. E se é capaz de fazer isso com uma obra de tamanha circulação pública, como é o caso da Bíblia, o que se pode esperar de sua interpretação dos assuntos estranhos à cultura ocidental? Lamentamos pelos animais, mas será que nos píncaros de sua “maestria” os fins justificam os meios?

No seu próprio mercado de ensino, o Sr. DeRose é conhecido por causar uma celeuma em torno da transliteração da palavra Yoga, grafada em sua Rede com acento circunflexo no esforço de ostentar maior conhecimento lingüístico diante dos concorrentes e agregá-lo como diferencial para a sua escola. Igualmente, ele desaprova o aportuguesamento da palavra Yoga, através da substituição do "Y" pelo "I", conforme vemos na grafia "Ioga". Considerando que, em sua justificativa, ele evoca a defesa por uma padronização internacional; é contraditório notar que, internacionalmente, se Yoga não é escrito com "I", também não é grafado com acento...

Na verdade, trata-se de uma estratégia de marketing que vem perdendo o fôlego, inclusive diante do acordo ortográfico e da supressão do acento para as palavras paroxítonas. De tal forma, dentro de seu grupo, a utilização do termo Yôga tem sido preterida pela expressão “Nossa Cultura”, “Life Style” (Estilo de Vida) ou "Método DeRose", não sendo mais recomendado por ele o uso incisivo do termo Yôga. Além disso, o Sr. DeRose tem preferido que se refiram a ele como professor, escritor, educador ou comendador; embora a expressão “mestre” ainda predomine. Essa é a fachada de modernidade que buscam imprimir, juntamente com a suposta desvinculação de quaisquer fundamentos místicos ou espiritualistas.

Para os que tenham dúvidas das conotações mistico-religiosas que subsistem quer sob o nome de Método, Life-Style, Cultura ou outro rótulo e embalagem diferentes que ainda possam criar, basta consultar o livro "Corpos do Homem e Planos do Universo", do Sr. DeRose. O texto dispara o mesmo arsenal de paradigmas teosóficos que divide o homem em sete corpos com diferentes padrões vibracionais, estendidos dos planos mais sutis até o mais denso, onde se materializa o corpo físico, propriamente dito. Descreve a relação entre tais corpos, os chacras (centros de energia nervosa), mantras (sons vocálicos), níveis de consciência, estágios evolutivos e a doutrina da reencarnação. Ou seja, trata-se da mesma via proposta pelas escolas de mistérios, entre as quais está inclusa a Maçonaria. No livro, o inferno é tratado como uma metáfora da descida aos planos inferiores de consciência pela absorção de sentimentos negativos através do consumo de carnes (devido ao sofrimento animal) ou pela fixação em sentimentos e pensamentos deletérios gerados pela própria pessoa.

Publicamente, as idéias do que significa a relação entre mestre e discípulo são minimizadas, mas o livro "Tratado de Yôga", também do Sr. DeRose (páginas 523 à 533), dá a dimensão exata do nível de compromisso exigido. Menciona sobre as obrigações, os vínculos de lealdade, obediência e as vantagens de uma identificação de tal magnitude com o "mestre" que o discípulo já não saiba distinguir a si mesmo de seu "guru". Esse estado devocional é citado como desejável sob a alegação de que o discípulo aceleraria o seu "progresso evolutivo", impulsionando o seu padrão vibratório inferior para alcançar o padrão supostamente elevado do "mestre". Diga-se de passagem o Sr. DeRose não teria ele próprio um "mestre" físico, mas uma entidade misteriosa que tramita entre um ser do mundo espiritual e um arquétipo do inconsciente coletivo como guia...

Como parte do exercício devocional, a título de gratidão pelo conhecimento recebido, os praticantes iniciam suas aulas com aquilo que chamam de "Pujá": uma técnica de visualização que consiste numa oferenda de energia pessoal dedicada ao "mestre".

Para não deixar dúvidas da existência de um culto dirigido à personalidade do Sr. DeRose, leiam abaixo uma circular contrária àqueles que resolvem sair da Rede, assinada por um de seus discípulos diretos:

"(...) A nossa verdadeira missão é tornar-nos a imagem e semelhança do Mestre... reproduzir a sua visão iluminada da realidade... egos e vaidades distorcem a luz que vem do Mestre. São dissidentes porque estão cegos e gerarão dissidentes tão míopes quanto eles."
 

 



"Luz", "visão iluminada", "cegueira" e "miopia"? De uma coisa todos podem estar certos: não se trata de uma campanha oftalmológica!


Pergunto: um predador comunica à sua presa que está prestes a devorá-la ou espreita e se oculta ao máximo para se aproximar furtivamente até que a fuga seja impossível?

A vida seria bem mais fácil e haveria menos vítimas de enganos se adotássemos por regra o simples preceito de que aquilo que tem garras e dentes de lobo, que cheira como um lobo, que anda como um lobo e uiva como um deles, não importa o que diga ou como se apresente: é um lobo!

Abordamos essas polêmicas para evidenciar o mesmos fundamentos da "Nova Era" aliados a tendência para uma condução falaciosa de argumentos, antes de introduzir o que ele diz sobre Moisés e Jesus, no afã de defender a alimentação vegetariana.

 


Examinem a declaração feita em outro de seus livros:


“O próprio dharma shástra de Moisés, declara solenemente em Êxodus, capítulo XX: “Não matarás.” Em parte alguma está escrito “não matarás homens”. Está escrito não matarás. Portanto, ao matar animais para comer, você está contra o karma, que é universal, e contra o dharma, que é a lei religiosa do Cristianismo e do Judaísmo.”
(Karma e Dharma – DeRose – página 25)
 
 
 
 
 




 

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